Com excelente presença do quadro social, 457 sócios
votaram ontem, 09/12, na AGE do Retrofit da Sede Social do JCB, no Centro da
Cidade.
A assembleia transcorreu em clima cordial, e logo após a abertura da
mesma foi realizada a apresentação do projeto por um dos vice-presidentes do
JCB. Imediatamente após, foi disponibilizado de forma imparcial e democrática
pelo presidente da Mesa a oportunidade de diversos sócios realizarem seus
comentários. O mais aplaudido foi do Advogado José Calixto Uchôa Ribeiro, que
se mostrou contrário à aprovação da proposta do retrofit, devido à falta de
transparência no processo licitatório, informando que os sócios além de não
terem tido acesso ao processo, sequer foram informados sobre quais foram as 23
empresas que, segundo a presidência, foram convidadas. Informação que até agora
não foi disponibilizada pelo Jockey Club.
Também em cordialidade, foi o período de votação.
Terminada a apuração da AGE, quase às 23:00 h, a contagem de votos
contabilizava que 289 (63%) sócios votaram contra e 168 (37%) à favor do
Retrofit, nas 8 urnas de votação e em todas elas o contra venceu.
Segundo apuração no local, a grande maioria dos sócios é a favor do
Retrofit - aliás previsto no Plano de Investimentos do Jockey - mas o que chama
a atenção era de que a proposta que a diretoria queria aprovar era bastante
diferente do proposto pelo edital de licitação, tanto financeiramente quanto em
relação aos andares que antes estavam previsto para os sócios utilizarem, e
agora já não o são mais. Porém, o assunto mais predominante nas conversas entre
os sócios durante a AGE era para a total falta de transparência em todas as
etapas deste processo de licitação.
A reportagem da ACPCPSI acompanhou de perto o desenrolar da assembleia e
entrevistou alguns associados. "Vim votar devido ao pedido de um diretor
do Jockey, amigo de longa data, mas acho que acabei me expondo demais depois
desta derrota", falou um sócio que não quis se identificar.
"Não costumo frequentar as AGE's e AGO's, mas como esta envolvia o
risco de entregarmos a nossa sede social por um preço que julgo vil, e ainda
pela total falta de transparência desta licitação, vim aqui votar contra",
disse um sócio identificando-se como Antônio, sem citar seu sobrenome.
"Só as 250 vagas de garagem que ficarão com o locatário já são
quase o valor que querem nos dar. Não concordo" falou um sócio ao passar
rapidamente pela nossa reportagem sem que desse ao menos para perguntar seu
nome.
Um sócio, arquiteto, que se disse ser funcionário da divisão de
engenharia da Caixa Econômica Federal, afirmou: "Com 160 milhões nós
reformaríamos dois prédios com as características do nosso e ainda sobrariam
recursos para adiantar bastante o retrofit de um terceiro. Há algo de errado
nesta avaliação".
Uma senhora que estava bem agitada se mostrou indignada com o fato de um
dos Vice-Presidentes que fez intervenções em nome do JCB, conhecido crítico do
mandato do ex-presidente Lecca, ter exaltado o nome de Luis Eduardo da Costa
Carvalho como sendo pai do retrofit. A associada, que disse abertamente ter
votado no Lecca na eleição passada, não escondeu que ao sair de casa estava
disposta a aprovar o projeto mais que diante de tanta "hipocrisia"
(palavra que pronunciou repetidas vezes) mudou o seu voto. "Não gostei
dessa abordagem, não foi elegante, por conta disso ainda convenci minha amiga a
mudar também o voto", disse indignada ao se afastar de nossa reportagem.
Com o resultado da assembleia, agrava-se a situação da presidência do
clube e de alguns vice-presidentes, notadamente aqueles mais pertos do
presidente Carlos Palermo, todos já bastante criticados por muitos sócios pela
total falta de transparência que tem conduzido os contratos de locação na
gestão atual e também pela total falta de diálogo com o quadro social, cada vez
se distanciando mais do que foi a sua principal bandeira na eleição.
Credito da foto: Site JCB
Diretoria da ACPCPSI - Associação Carioca dos Proprietários do Cavalo
Puro Sangue Inglês.