terça-feira, 24 de novembro de 2015

Turfe pernambucano vai receber mais uma estrela de nível internacional. Silvestre de Souza estará na festa do Bentão 2015.

Silvestre de Souza: Sucesso brasileiro no turfe internacional.
Depois de ter o imenso prazer de receber o grande campeão Jorge Ricardo no festival do Grande Prêmio Bento Magalhães 2014, o turfe pernambucano  se prepara para receber nada menos do que o atual campeão das estatísticas do turfe mais concorrido do mundo. O brasileiro Silvestre de Souza, que venceu as estatísticas de 2015 na Inglaterra, já tem presença confirmada para abrilhantar ainda mais a festa maior do turfe pernambucano nos dias 19 e 20 de dezembro. Silvestre de Souza vai participar no dia 17 de dezembro no Hipódromo do Cristal do torneio Tour de Estrelas, que vai reunir os melhores jóqueis do turfe brasileiro que atuam em várias partes do mundo. No dia 18, Silvestre de Souza desembarca no Recife, onde vai tirar merecidas férias após sua participação no festival do Bentão 2015.
A vinda de Silvestre de Souza para atuar no Recife foi intermediada pelo ex-jóquei pernambucano Ismael Alves da Costa (Zinho), que hoje esta radicado no turfe da Noruega, exercendo a função de empresário de vários jóqueis, inclusive Silvestre de Souza. Ismael Alves, também é responsável pela manutenção da raia de areia do hipódromo Øvrevoll galoppbane, é empresário dos jóqueis Nelson de Souza (brasileiro) e do aprendiz norueguês que é destaque no turfe local Marius Borquen Andersen.
Depois de ter sido vice-campeão das estatísticas do turfe da Inglaterra em 2011 e 2013, no ano de 2015, o brasileiro que começou sua vida no turfe de São Paulo, não deixou escapar e conquistou o titulo máximo do turfe inglês com 154 vitórias.

O inicio e a carreira.

Natural do Maranhão, mais precisamente da cidade de São Francisco do Maranhão, caçula de uma família de dez irmãos, Silvestre começou sua carreira aos 17 anos e fala sobre esse início e o duro caminho para chegar ao sucesso de hoje:
“O começo foi extremamente vitorioso, mas uma queda e uma fratura no braço tornou tudo mais difícil, tanto em São Paulo, aonde estreei, como no Paraná, local em que tentei o recomeço da carreira. Mas, como bom brasileiro eu também não desisto nunca. No final de 2003, quando alguns jóqueis brasileiros estavam transferindo-se para a Irlanda, para serem redeadores, enxerguei uma boa oportunidade tentar a sorte no exterior.”
Quando cheguei à Irlanda comecei a trabalhar com o treinador Dermot Weld. Todavia, a dificuldade era enorme, pois eu não falava uma palavra em inglês, então a adaptação se mostrou extremamente complicada. Consegui a matrícula de jóquei, mas o Dermot só me prometia às montarias e nunca as dava. Fiquei três anos apenas trabalhando como redeador. Isso me ajudou a crescer como profissional e como homem. Consegui conhecer mais o cavalo desde seu primeiro galope. Só me fez ficar mais determinado e com vontade de vencer. Tenho certeza que esse conhecimento do animal pode me ajudar no futuro se decidir tornar-me treinador.

Surgiu então a proposta de me transferir para a Inglaterra trabalhar com o “Rei dos Velocistas”, Mr. David Nicholls. Pensei bem e vi que não tinha nada a perder, seria mais uma tentativa, um aprendizado. Graças a Deus tudo deu muito certo e logo comecei a montar e vencer e logo na 1ª temporada conquistei 25 vitórias, na 2ª obtive 45 êxitos e na 3ª, quando disputava a estatística, já com pouco mais de 100 triunfos, um convite começou a mudar o rumo da minha história. O treinador Marc Johnston, da Darley, um dos melhores do mundo, me chamou para montar o Fox Hunt na Melbourne Cup (G1), na Austrália (carreira em que finalizou na sétima colocação). Para decidir o que fazer, disputar a estatística ou participar desta grande prova internacional, pensei que estatística tem todo ano, e a chance de montar um grande cavalo numa prova como a Melbourne Cup é uma coisa única. Acabei perdendo a estatística por quatro vitórias, porém não me arrependo nenhum pouco.”

Hoje, no milionário sábado em Ascot, o nosso Silvestre de Souza, que pouco montou entre nós (em São Paulo onde foi aprendiz aos 17 anos), recebeu o prêmio de campeão das estatísticas britânicas em feito memorável para o nosso país. É o chamado Stobart Flat Jockey’s Champion.
Foi ele o único piloto a alcançar mais de 100 vitórias este ano (154 mais exatamente), um ano teoricamente complicado porque vinha de perder seu vínculo como um dos jóqueis de preferência da Darley.

A lembrar que já havia sido duas vezes vice-campeão destas estatísticas (em 2011 e 2013).  Mas, agora, aos 34 anos (faz 35 no dia 31 de dezembro), a glória lhe chegou.
Entre as suas principais vitórias, podem ser citadas as com Farhh, no Lockinge Stakes (G1) e no Champion Stakes (G1), ambas em 2013,  a com Arabian Queen, suplantando Golden Horn, no International Stakes (G1), deste ano, a com African Story, em 2014, na Dubai World Cup (G1) e a do Premio Roma (G1), em 2012, no Premio Roma (G1), com Hunter’s Light.