Dr. Leopoldo Cury. |
A laminite, da qual
foi acometido o craque tríplice coroado Bal a Bali nos Estados Unidos, é um
problema comum em cavalos de corrida, embora muitas vezes tenha consequências
trágicas. Vulgarmente conhecida como “aguamento”, ocorre tanto em equinos
quanto em bovinos.
Mas o que é exatamente a doença, que tipos de sintomas ela
apresenta e quais as medidas que devem ser tomadas para evitar maiores
complicações?
As perguntas foram feitas ao Dr. Leopoldo José Cury, carioca, 63
anos, médico veterinário com larga experiência no assunto. Professor aposentado
da Universidade Federal Fluminense (UFF), Leo Cury é especialista em
fisiopatologia da reprodução animal, ex proprietário de clínica veterinária (em
Papucaia, no Estado do Rio de Janeiro) e hoje trabalha só como treinador de
cavalos da raça PSI, aparecendo nos programas de turfe da Gávea como L. Cury:
“A laminite é uma inflamação das lâminas localizadas na parte
interna do casco do animal. Na sequência, a inflamação pode causar rotação ou
até a queda da terceira falange, osso que sustenta o casco, o que normalmente
leva o animal a óbito. O custo do tratamento é muito alto e nem sempre eficaz.
Pode acontecer, simultaneamente, em todos os membros do animal, ou em apenas em
um deles. E várias circunstâncias podem causar a laminite. Em éguas que sofrem
de retenção de placenta, após o parto, por exemplo, é doença muito comum. Na
maioria das vezes, a laminite aparece com a alteração da flora intestinal do
animal. As endotoxinas, bactérias produtoras de ácido láctico, acabam se
proliferando e acidificam a mucosa intestinal, atingindo a circulação
sanguínea. Em casos mais graves, há o deslocamento da terceira falange, que
pode chegar a atravessar a sola do casco e a soltá-lo. A laminite aparece,
também, após um quadro grave de cólicas, de doença infecciosa, de manejo
inadequado ou até por motivos metabólicos”, explicou Leopoldo Cury.
“Os sinais mais comuns da laminite são dor, claudicação, tremor muscular e aumento da frequência cardíaca. O cavalo é um animal muito sensível e precisa de cuidados especiais durante o treinamento, tanto no manejo quanto na alimentação. A laminite é uma doença que precisa ser diagnosticada, e atendida, com urgência, pois quanto mais precocemente forem tomadaas as devidas providências, mais chances o animal terá de se recuperar e de sobreviver”, avalia o veterinário.
“Os sinais mais comuns da laminite são dor, claudicação, tremor muscular e aumento da frequência cardíaca. O cavalo é um animal muito sensível e precisa de cuidados especiais durante o treinamento, tanto no manejo quanto na alimentação. A laminite é uma doença que precisa ser diagnosticada, e atendida, com urgência, pois quanto mais precocemente forem tomadaas as devidas providências, mais chances o animal terá de se recuperar e de sobreviver”, avalia o veterinário.
Com cerca de 1.500 triunfos no currículo – dos quais,
aproximadamente 1.200 de forma oficial, pois suas primeiras vitórias foram
conquistadas antes de outubro de 1987, quando então obteve a matrícula de
treinador - Leopoldo Cury diz que não tem como opinar a respeito do problema de
Bal a Bali, mas torce – e acredita firmemente - que o campeão do último Grande
Prêmio Brasil terá todas as chances de se recuperar. E cita que recentemente perdeu
um pensionista por causa dessa doença:
O craque Bal A Bali vem respondendo bem ao tratamento de laminite. |
“O cavalo Dear Hellen, de propriedade de meu amigo Luís Alberto
Rodrigues de Souza, sofreu de uma enterite (inflamação no intestino) depois de
ter sido enviado para o centro de treinamento. O quadro evoluiu negativamente
para uma laminite e, infelizmente, não houve condições de salvá-lo”, lembra com
pesar o treinador e veterinário Leopoldo José Cury.